Todas as vezes que o sol se põe, eu me ponho junto.
Junto das manhãs que ainda estão por nascer e junto dos bom dia que ainda hão de ser sussurrados, fracos e encharcados de
desânimo. Com os boa noite lisonjeiros
já não me preocupo. Sei que todas as noites são perfeitas, pois a perfeição é
um círculo, ora, tal belo círculo banhado de negro.
Todas as vezes que o sol se levanta, eu me levanto
junto. Junto das pessoas que estão por
viver e junto das vidas que nunca foram vividas, engessadas e esculpidas na
brutalidade do tédio. Com o mormaço carniceiro já não me preocupo. Sei que todos
os raios do sol são perfeitos, fios translúcidos e retilíneos que flecham sem
abrir ferida, sem uma só gota de sangue derramar.
Todas as vezes, porém, que o sol faz-se rente no topo do céu, queima sobre os meus ombros cansados o peso morto de alguém que
nunca sentiu o cheiro da morte. Com o comprimento da vida já não me preocupo.
Sei que todo o meu viver sempre foi e sempre será perfeito, pois a perfeição é
um círculo, e a vida uma vez me contou que adora brincar de roda. Sozinha.
É isso aí! bons dias e boas noites já não são mais suficientes. Uma noite perfeita pra você!
ResponderExcluirTexto interessante, com um espírito diria bem poético, existe um certo largamento quanto a maneira dizer mas inda assim percebo que diz com categoria o que quer dizer na expressão do que decerto o convém, uma filosofia bem realista e intimista teu escrito, lembrou-me Clarisse Lispector com pitadas de Saramago, muito bom,
ResponderExcluirum cordial abraço, Luiz.