sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Soluço Derradeiro


Alcanço-me na distância
Que me beija em desalento
Quando me distancio, desatento
Na bem-querência da infância

Eia, pois, distância
Coração vedado
Sodomita, insaciado
Proclamado em ânsia  

Solicitude se abateu na alma minha
Solicitando melodia a replicar
Só e soando o trinado irregular
Maculando este meu corpo que caminha

Por sobre a linha
Do horizonte aplainado
Ao céu fechado:
Firmamento que definha

Aconchego-me na solidão do teu abraço
Como se o vazio se chamasse imensidão
Ao ver o ócio se fazendo em inação
Pra ver o sangue bombeando sem compasso

Sejas tu, destino
Felicitado, feito flor
Professando a dor
Do imolado menino

Imolo-me, desaguado tão insólito
Nas tão sólidas lágrimas eruditas
Profanando profecias tão malditas
Condenando-me a um futuro tão inóspito

Em ti me agarro
Ó, Aspiração de dor
Teimas, amor
Aspirando ao teu cigarro

Das cinzas, as verdades que mariolam
Deixam-me louca, esquecida
Recordando, entorpecida
Das mentiras que me assolam

Alcançado, enfim
Faço-me paciente
Sempre à frente
Aguardando o fim

Do raio baio do meu alcance
Foge-me a concretidão
Somente eu e você e meu coração
Despedindo-nos de relance

Sim, sonhos meus
Apalpar-lhes-ei
E proclamar-lhes-ei
O meu adeus.

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