segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O agreste florido


Saudade! Cognata dos tempos que os dedos nodosos não tocavam os meus. E das salsas, dos instrumentos de soprar. Batiza-me, sagrada feiticeira. Banha-me na água dos olhos meus. Espia um coração que carece de carne, carece da alma que está se afogando no sulco molhado do seu dedilhar, na língua macia que proclama a tua voz proclamada. Ó saudade! Carência daquele abraço que nunca apertei, daquele arfado grave que nunca escutei, deste rosto redondo enluarando as estrelas que a claridade ofuscava. Venha cá, venha! Toque aqui hoje a xaxado do agreste do seu céu de anil; chama os anjos desnudos pra cantar teu fulgor, ó cantor, cantos mil; e deitas na cama de areia que o mar esculpiu.  Assenta! E me encara com os olhos morenos, dos cílios de mel; olhar concentrado no nada, a flor de papel. Me tomas pra sempre sem medo, e abrasa o anel. Me olha! Contempla a brancura salina da pele que trajo, sorri pro sorriso encantado que hoje lhe trago, carrega esse fardo tão leve de se carregar. Não sumas! Encontre o caminho perdido que não lajeei, devolve pra mim essa flor que a ti dediquei, dedica esse beijo soturno que há de aflorar. Depressa! Lajeia o caminho de areia que conduzirá, registra o relevo aplainado que florescerá, e come do fruto viçoso que há de colher. Mas venha! Do jeito gingado dos mouros dourados, me tenha! E saiba ,faceiro, saiba esperar o dia em que suas sandálias descansarão ao lado das minhas. Isso! Pegadas na praia jazerão até o dia em que nem todos os grãos de areia apisoados poderão enumerar a distância que nos acomete, e  nem as verdades da nossa paixão. 

Um comentário:

  1. q bunitinho nesse texto a referencia é vc ?
    tem sua foto
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    abafa !!!!

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