quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sagrado Antagonismo


Eu queria saber o porquê dessa busca incansável e inútil atrás de um vilão que não existe. Queria saber no que se baseia esse anseio desesperado de achar um culpado, essa necessidade insana de ver na condenação do outro uma chave que certamente abrirá as portas de um céu que só existe na nossa cabeça.  Não, meus caros amantes, os homens não são divididos entre mocinhos e vilões. Não somos assim tão compreensíveis, antes fôssemos! Não somos tão simples, não somos tão insossos, não somos personagens planos na mão de um Cartunista; somos seres de personalidade esférica, de vontades próprias.  E a maneira que achamos de maquiar nossa verdadeira cor foi criando princípios que só existem pra nos fazer acreditar que não estamos sozinhos nesse grande e triste mundo acinzentado.

Ora! Estaria agora eu então negando a existência de um Deus?! ... Sinto lhes informar que não meus bons homens, é justamente o oposto, estou apenas negando a existência de servos.

Se Deus existe, eu tenho pena dele, pobre homem, há de ser o maior dos solitários. Pois parece que Dele já não precisamos mais, não é? Não precisamos de um Deus, queremos apenas um demônio, sobre o qual colocamos as culpas e os deixaremos lá, pagando pelos nossos pecados! E os demônios estão mais perto do que imaginamos e é necessária muita precaução, meus amigos, podem estar dentro de nossas próprias casas, dentro de nossas próprias vidas, dentro de nossos Corações... Mas não dentro de nós, é claro.
Seja bem vindo ao mundo, meu amor! Use das minhas lágrimas e lave bem as tuas mãos. Sois o meu Deus.
 E o teu diabo sou eu.

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