quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Poética quebrada d’uma noite quebrantada e nua.


Foi um chamado de reciprocidade, misteriosa reciprocidade, que rejuntou meu corpo ao seu. Foram beijos procrastinados, arrepios arrependidos e culatras adocicadas que nos fizeram estagnar logo no arranco inicial. Das culpas que se dissipavam sólidas por entre as nossas idéias nada nos fez parar, pois a parada foi um desastre causal, uma falha de percurso, patética e ocasional.
Triste fatalidade. Fatal tristeza. Da ocasião em si, detalhar seria falta ética. Ressalto, porém, o grito da estética: gemido jocoso de se escutar. As súplicas se consolidaram no toque dos lábios, nas humildes lambidas, nos hálitos leoninos, leoninos na fragrância e no vigor do agarrar.
Das interrupções, praguejo! Coices no inferno e cavalgadas ao céu eu desejo. Desejo o ciúmes desgarrado que timidamente demonstrei, as invejas pretas, o amor que advirto. Das fatalidades mencionadas, fatalmente a realidade sobre mim se quebranta, o doce labor sisudo do falo alevanta, e essa noite gozada se conforma afinal.
Não houve penetração.

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