Mãe Maria tinha um gato
Chamava-se sodomia
Rezava num canto gaiato
Paria na sacristia
No sacro novelo do gato
Agulha de ouro encontrou
Encontra num pé do sapato
O gato gaiato que sou
Gaiato, no pé do sapato
No canto, na sacristia
Ou trançado no rabo do gato
O rosário de Mãe Maria.
No olho embotado do gato
Esperando que a carne sobre
Ou no ronronado gaiato
Rima rica e rima pobre
No gato, sem rima e sem tato
A pobre repetição
Repito a palavra gaiato
E os movimentos de contração
Gaiato, repito, gaiato
Como repito a sodomia
Assim como o nome do gato
Do parto na sacristia
De fato, não foge o gato
Pois quem foge é Mãe Maria
Correndo, calçando o sapato
Do gato ou demônio que ria.
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