Os fantasmas do seu passado não lhe dão o direito de assombrar a minha vida. Mas você não é um augúrio, eu sei. És o meu anjo das noites sem lua.
Os filtros que colocastes no antro da sua condição não lhe dão o direito de rotular os públicos Públios da sua vida. Mas você não é tão transgênico, eu sei. És meu uísque dos copos sem gelo.
As bolsas que conquistastes debaixo dos seus olhos não lhe de o direito de embaçar o mundo sobre o qual caminhas. Mas você não é assim tão burro, eu sei. És o meu colírio das tardes não caprichosas.
As desovas indolentes que encontrastes debaixo de seus caracóis não lhes dão o direito de desdenhar as cloacas alheias. Mas você não é assim tão sátiro, eu sei. És a minha Helíade dos álamos sem régias.
As gabrielas desgraças que sapatearam sobre os teus ombros não lhe dão o direito de jogar urtigas sobre os meus. Mas você não é assim tão rude, eu sei. És uma acácia disfarçada de chicória.
Os seus tios, os seus primos e os seus Netos não lhe dão o direito de me trancar num asilo cheio de saídas. Mas você não é assim tão fraternal, eu sei. És o meu irmão num incesto sem injúrias.
As galatéias que te espreitam não lhe dão o direito de não enxergar as verdadeiras medusas. Mas talvez isso te agrade, eu sei. És um ser de mente ardilosa, condicionada a enxergar somente as conveniências.
Enfim, os milhos que encontrastes na bosta não são capazes de germinar outra vez, então não me engula, me saboreie eternamente. Mas você não é assim tão perseverante, eu sei. És o meu sonho que sonha em parar de sonhar comigo.
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