quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Catarse


Eu não vou mentir, não vou dizer que foi uma coisa inesperada, não vou dizer que depois de um emaranhar de suores e olhares finalmente encontramos o momento da consumação, da gnose, da inserção duma vida na outra. Não vou te fazer acreditar num ultra-romantismo barato e tolo, mas sim num romance lindo de verdades e fatos concretos que estão a um passo de se tornarem a minha maior fantasia.

Fantasia... Uma palavra tão simples que em suas inimagináveis variedades de belezas e hostilidades, nos fez cair em um estupor grave e profundo: o que somos afinal? Mas é melhor esclarecer que não se trata de uma crise existencial, nem de mais um bando de tolos querendo banalmente plantar mais uma louca e inútil corrente de pensamentos filosóficos nesse nosso mundinho tão apegado a respostas. Não, não é isso. Trata-se de apenas uma vontade de olhar profundo um nos olhos do outro e de acreditar que realmente nos pertencemos!

Enfim... Eu ansiava loucamente por este momento! Eu queria te encontrar neste meu universo de cana, azeites, vinagres e vaselinas... E gel; nesta conspiração de sensações que me levaram a mais bruta e linda das entregas, nesta troca de calores que nem mesmo a física pode explicar!

Isto se chama VIVER, ó grande mestre dos milagres! Se chama acreditar num mundo novo, a você que é o homem das mil facetas, das besteiras, das belezas, dos complexos, dos lugares e das criatividades! Será que isso não é o suficiente para enfrentar o que vier em nosso caminho? Pois então, são essas as nossas incertezas... ou talvez as suas.

Pela derradeira e trina vez eu repito:

“Acorda!”
“Foi-se o tempo dos deslumbres de criança!”

Não me arrependo de nada... mas quem dera que fosse uma verdade perene. 
Não se esqueça, eu estou aqui pra você, tanto em cima dos lençóis quanto debaixo dos escombros.

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