O ar que eu respirava era cheio de dólares
E o cheiro que ostentava bulia diplomacia.
O porcelanato era alvo
E o colarinho era negro.
As pompas eram inegáveis
Pois as pombas eram bem vestidas.
O sapato de bico queria me invadir
E a agudeza de seu salto se assemelhava à espinha.
A tiara era dourada
E a pureza era falsa,
Pois o sorriso era fosco
E o café era azedo.
O barbear era áspero
E o discursar tinha júbilo.
O antebraço era flácido
E a simpatia convencia.
O fosco sorriso ofuscava
E o baixo ventre era gordo.
Mas eu beijava
E acolhia o monarca da morte.
E sorria em resposta.
Fosco, admito, mas sorria.